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Um esboço sobre a Psicologia Humanista

Atualizado: 29 de nov. de 2021




Breve Histórico Humanista:


Carl Ransom Rogers foi o psicoterapeuta que mais influenciou a história da psicologia norte-americana. Nasceu em oito de janeiro de 1902, em Oak Park, próximo a Chicago, e faleceu no dia quatro de fevereiro de 1987, em La Jolla, na Califórnia. Opondo-se aos modelos vigentes da psicanálise, do behaviorismo e da psicoterapia praticada por médicos, Rogers desenvolveu, inicialmente, uma proposta de “aconselhamento não-diretivo”, posteriormente modificada para “terapia centrada no cliente” e, mais tardiamente, para “abordagem centrada na pessoa”.


Rogers foi definido como um revolucionário pacato, pois suas mensagens eram simples, mas com profundas implicações, como a ideia de que todos os indivíduos são dotados de uma tendência inerente ao crescimento e à atualização. Apesar desta crença no indivíduo como alguém com potencialidade intrínseca para se desenvolver satisfatória e construtivamente – o que ele conceituaria como “tendência atualizante”.


Para Rogers, tendência atualizante foi definida na seguinte frase: “todo organismo é movido por uma tendência inerente para desenvolver todas as suas potencialidades e para desenvolvê-las de maneira a favorecer sua conservação e seu enriquecimento” (p. 159). Desta forma, podemos considerar a tendência atualizante um fundamento propulsor da noção de homem no pensamento de Carl Rogers.

Podemos perceber que Rogers considerava a tendência atualizante uma capacidade do indivíduo se reorganizar e se reestruturar, uma vez que certas condições facilitadoras deste processo sejam atendidas.

(...) existe em todo organismo, em qualquer nível, um fluxo subjacente de movimento para uma realização construtiva de suas possibilidades intrínsecas. Há no homem uma tendência natural para o desenvolvimento completo. O termo mais frequentemente usado para isso é o de tendência de realização, que está presente em todos os organismos vivos. Trata-se do fundamento sobre o qual está construída a abordagem centrada-na-pessoa.


Prática Psicoterápica:


O olhar positivo incondicional é uma genuína aceitação do outro que se mantém constante independentemente daquilo que o cliente revela sobre si, um respeito pela forma como este conduz o processo terapêutico (temas abordados, ritmo do processo, decisões, etc.), o reconhecimento do seu direito à diferença e à autonomia. O olhar positivo incondicional do terapeuta face ao cliente é a condição básica para a mudança na terapia centrada na pessoa. A percepção desta atitude resulta no enfraquecimento ou dissolução das condições de valor e aumenta o olhar próprio incondicional: as experiências antes ameaçadoras podem então ser abertamente percepcionadas, exploradas e integradas no conceito de si.


Conclusão:

A terapia centrada na pessoa propõe-se assim como um meio de criar as condições interpessoais favoráveis à dissolução dos obstáculos que impedem a livre expressão deste potencial construtivo e que conduzem ao desequilíbrio psicológico e ao desajustamento social. Pela sua natureza fenomenológico existencial, elege o ponto de vista fenomenal do cliente como único critério e modo de conhecimento, dando especial ênfase à experiência imediata. A relação terapêutica que se estabelece com base em tal conjunto de premissas implica uma importante redefinição do papel do terapeuta. Mais do que pelas técnicas ou instrumentos que utiliza, o terapeuta define-se pelas atitudes que transporta para a relação e que constituem o verdadeiro fator impulsionador da mudança. Tendo em conta os princípios que justificam e dão sentido a tais atitudes, elas não são concebíveis na ausência de uma participação pessoalizada do terapeuta na relação. O genuíno interesse e valorização da pessoa e da experiência do cliente, a confiança na sua capacidade em superar as incongruências, o respeito pelo seu direito de ser livre em qualquer escolha que faça, não são susceptíveis de serem reduzidas a fórmulas prontas a aplicar deforma mecânica e impessoal. A autenticidade do terapeuta é fundamental numa relação que é, deste modo, sobretudo humana.


Bibliografia:


Livro: Tornar-se Pessoa - Carl Rogers.

 
 
 

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